domingo, 14 de março de 2010

terceiro

Tinha o corpo curvado de um menino de 15 anos virgem e ansioso. As mãos unidas com os dedos entrelaçados transpiravam apoiadas entre os joelhos magros. Os olhos, de íris de um verde escuro que quase não se nota por baixo das lentes dos óculos que, às vezes, em teimosia não usa, como se assim parecesse mais seguro, piscavam devagar as pálpebras. 

Descobriu que a imponência e o poder que demonstra são uma mentira convincente aos olhares distraídos e impressionáveis. Aos de Fernanda, tudo se desconstruiu em poucos minutos: foi fácil fazê-lo assumir que prefere ser enganado a contariado e que se satisfaz com a ilusão consciente do domínio.