sexta-feira, 17 de abril de 2009

hoje a insônia é minha

Tereza foi se deitar com sono e uma dor de cabeça lancinante cuja razão desconhecia. Tomou uma Neosaldina e um Dorflex, pluft, num gole d'água só. Será que isso faz mal, pensou. Ficou por uma meia hora sentindo a cabeça latejar e quase se convenceu de que tinha feito merda. No final das contas, a dor de cabeça se foi, mas a insônia chegou sem pedir licença. Sem dor, sem sono.

Desistiu. Levantou, lançou um naco de queijo minas numa torrada - o estômago já começava a reclamar - e ficou olhando pela janela. E lembrou-se das coisas que estava pensando enquanto deitada na cama tentava pegar no sono.

Lá na cama incômoda, se virou, virou o colchão ao contrário - cismou que o colchão estava viciado - trocou o travesseiro de lado. Dentro em pouco, se viu pensando em sair do corpo para tentar encontrar seu apaixonado. Pensou nele, na casa e na cama dele. Sentiu até o corpo um tantinho dormente, estou desdobrando, depois caiu na real e viu que estava era tendo uns cacarecos de tanto analgésico que tomou. Estou ficando louca mesmo.

E por aí pensou mais. Pensou aquém e além. Pensou que se cansou, no filme a que irá assistir no cinema, no filho que não teve, na amiga que acha que está tirando vantagem, nos dias livres que estão por vir, nas viagens que não conseguirá fazer, nas desculpas que dará, nos abraços que ficarão guardados, nos beijos que nunca serão selados, e na porra da Neosaldina que tirou seu sono pelas próximas horas.

Nenhum comentário: