segunda-feira, 10 de setembro de 2012

kathy h.



What I'm not sure about, is if our lives have been so different from the lives of the people we save. We all complete. Maybe none of us really understand what we've lived through, or feel we've had enough time. 

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

casa XI.

A casa onze tinha oito portas. Sete brancas, uma marrom. Sete altas, uma muito baixa, e não era a marrom. Todas em círculo, com um poço no meio. O pátio ao redor era de ladrilhos vermelhos, expostos ao céu aberto. O teto de estrelas parecia mais alto do que o normal, o de nuvens mais baixo do que o esperado. Dei naquele pátio, mas não sabia dizer de qual porta havia saído. Do céu, impossível, do poço, talvez? Por instinto, quem sabe, fui ao ímpar mais explícito e abri a porta marrom. Cheguei imediatamente ao pátio externo do mesmo cenário: eu estava agora do lado de fora do círculo numa espécie de varanda do espaço anterior e foi quando percebi que se tratava de uma torre altíssima, num vasto campo a perder de vista, cercada por um fosso de um raio - considerada a distância que eu estava do chão - de pelo menos cinco quilômetros. Não havia qualquer conexão entre a construção e a margem. Aparentemente, acreditava eu, cheguei e precisava sair. Dei voltas e voltas no círculo de fora, supus que qualquer porta me levaria para dentro e, por isso, abri a primeira porta branca pela qual passei. Bati a porta atrás de mim e me vi diante da porta marrom. Do lado de fora. Repeti o gesto com mais cinco portas, inclusive a marrom, e todas me levaram ao mesmo lugar. A porta marrom. Do lado de fora. Faltava a porta muito baixa. A bem da verdade, era uma portinhola muito rente ao rodapé e, agora me dei conta, é muito mais baixa do lado de fora. Ao contrário das demais, ela abria para dentro, o que constatei já deitado no chão do mesmo tom amarelado das paredes e excessivamente limpo, a despeito da sala de dentro. Tentei tocar o dentro da porta, tive medo de ficar preso no meio do caminho. Ou ainda pior, lá dentro. Me pus de pé novamente, tentei todas as portas pelo menos três vezes e em vão voltei ao ponto de partida. Foi quando, então, decidido, eu pulei.