Tereza entrou no ônibus ajeitando a saia e tropeçou no último degrau da escada. Pagou a passagem, passou a roleta e dali mesmo o viu. Em duas piscadas traçou toda a estratégia para se fazer notar por ele. Sentou no banco baixo em frente ao dele, sempre no corredor; e ele na janela.
Ainda sentia o hálito quente do beck que tinha acabado de fumar e a respiração dele exalando álcool soprar no seu pescoço. Começou a procurar as chaves, adiantando o trabalho de achá-las na porta de casa.
Apesar do ar condicionado, ela podia sentir o cheiro da chuva que se aproximava e por um segundo, naquele dia infernal, encostou a cabeça no banco e suspirou.
Ele olhava ela de cima, podia ver seus tornozelos roçando uns nos outros e uma pétala de rosa vermelha que vazava atrás da orelha direita, escorregando pela nuca, se escondendo entre os fios de seus cabelos. Não sabia se o perfume era dela ou da flor e sentiu-se um pouco alto demais quando se viu pensando nisso. Sentiu um arrepio percorrer-lhe o corpo inteiro e apertou os joelhos com as mãos geladas.
Ela ainda ouvia a música que tocava no rádio quando passou pelo bar em frente ao ponto e conseguia ver seu reflexo pelo vidro da janela, fingindo que não a notava. Começou a estalar os dedos, primeiro pressionando os indicadores com os polegares da mesma mão e nesse movimento ele pôde ver as três alianças idênticas que ela usava em um só dedo da mão esquerda. Os três homens da minha vida, meu pai e meus irmãos, como um dia ela lhe contaria.
Enquanto o ponto final se aproximava, Tereza começou a vasculhar a bolsa, sacou uma boleta de cartão de crédito, escreveu seu telefone nela. Levantaram-se; ele primeiro, ela, logo em seguida; e assim que a porta abriu, guardou o papel no bolso de trás da calça dele.
E antes que chegasse na porta de casa, junto com as gotas grossas de chuva que começavam a lhe molhar os pés, ouviu pela primeira vez a voz do Beto, do outro lado da linha.
Ainda sentia o hálito quente do beck que tinha acabado de fumar e a respiração dele exalando álcool soprar no seu pescoço. Começou a procurar as chaves, adiantando o trabalho de achá-las na porta de casa.
Apesar do ar condicionado, ela podia sentir o cheiro da chuva que se aproximava e por um segundo, naquele dia infernal, encostou a cabeça no banco e suspirou.
Ele olhava ela de cima, podia ver seus tornozelos roçando uns nos outros e uma pétala de rosa vermelha que vazava atrás da orelha direita, escorregando pela nuca, se escondendo entre os fios de seus cabelos. Não sabia se o perfume era dela ou da flor e sentiu-se um pouco alto demais quando se viu pensando nisso. Sentiu um arrepio percorrer-lhe o corpo inteiro e apertou os joelhos com as mãos geladas.
Ela ainda ouvia a música que tocava no rádio quando passou pelo bar em frente ao ponto e conseguia ver seu reflexo pelo vidro da janela, fingindo que não a notava. Começou a estalar os dedos, primeiro pressionando os indicadores com os polegares da mesma mão e nesse movimento ele pôde ver as três alianças idênticas que ela usava em um só dedo da mão esquerda. Os três homens da minha vida, meu pai e meus irmãos, como um dia ela lhe contaria.
Enquanto o ponto final se aproximava, Tereza começou a vasculhar a bolsa, sacou uma boleta de cartão de crédito, escreveu seu telefone nela. Levantaram-se; ele primeiro, ela, logo em seguida; e assim que a porta abriu, guardou o papel no bolso de trás da calça dele.
E antes que chegasse na porta de casa, junto com as gotas grossas de chuva que começavam a lhe molhar os pés, ouviu pela primeira vez a voz do Beto, do outro lado da linha.
Um comentário:
alem de tudo e mulher de atitude... *suspiro*
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