terça-feira, 16 de outubro de 2007

so I disconnect

Vítimas e escravos do mundo virtual, a vida hoje depende das malditas máquinas. Novidade? Nenhuma. O que eu vejo hoje é uma quantidade enorme de pessoas carentes de afeto e com uma necessidade enorme de serem notadas, nem que para isso tenham que se utilizar de personagens que incorporam para não terem medo da rejeição. E é assim que se vive. No mundo da internet, do orkut, dos blogs e fotologs podemos perceber como as pessoas exibem projeções falsas de si mesmas, fingindo serem bem resolvidas, independentes e felizes. Publicam fotos e frases. Comunidades que espelham suas personalidades. E eu me pergunto: até que ponto é verdade?


A internet tornou-se mais um mecanismo de atingir as pessoas. Quando queremos nos mostrar felizes ou tristes e queremos que alguém - ou muitos alguéns - saiba. Quando queremos mostrar que estamos solteiros ou exibir o novo namorado. Quando cortamos o cabelo. Compramos um carro novo. Fazemos uma viagem. É uma carência sem limites que tentamos suprir da maneira mais inútil e superficial.


Hoje não escrevemos mais cartas, passamos emails. Não ligamos para nossos amigos para tomar um chopp, deixamos um scrap. Não vamos às suas casas para darmos um abraço, não sentamos juntos para ouvir uma música ou para ver um filme. Temos 683 pessoas adicionadas no orkut e no msn e não sabemos qual a cor de preferida de nenhuma delas. Ou o nome da mãe. Sabemos o que elas exibem nas comunidades mais esdrúxulas do mundo. Mas quantas vezes paramos para perguntar alguma coisa.


O mundo está mais interligado, mas a cada dia se torna mais impessoal. E o problema está justamente aí. No fato de que não adianta nada lermos e aprendermos tudo via internet se não temos com quem debater ou discutir. Porque máquina alguma pode substituir a verdade de um pensamento humano.


E eu afirmo: as pessoas hoje querem estar conectadas, mas de forma alguma relacionadas. Relacionar-se dói. Há riscos. Perigos. Medos. E para que sentir tudo isso se posso me esconder atrás de uma foto bonita de Photoshop? Ou da janela do msn? Não há mais olho no olho. Tudo é dito e falado e dividido por um tela maldita atrás da qual rezamos para que esteja realmente a pessoa que você acha e não o ex-namorado dela te sacaneando. Ou a mãe tentando descobrir algum podre.


Eu visivelmente sou uma vítima desse fenômeno. Mas eu juro que eu tento evitar ser dependente dele.

6 comentários:

Elisa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Elisa disse...

você disse muito do que eu penso. a cultura fake tomou conta de tudo! beijo, betinha.

Ju disse...

eu odeio conversas serias por msn. heheheh!

alias, sempre odiei, ne!

Ju disse...

(comentei no post anterior)

Ju disse...

mas eh o mundo globalizado e a tendencia eh piorar, ne...

F disse...

"cérebro eletrônico faz tudo, faz quase tudo, faz quase tudo, mas ele é mudo..." - gilberto gil

conhece essa?
concordando em número, gênero e grau com vc. é fato que essa crítica sua não nos exime da participação desse mundo. os nossos blogs, orkuts e msns também existem e bem ou mal, tb cumprem essa função. entretanto, isso n significa q n podemos pensar d forma mais substancial a respeito desse assunto, como acho q vc bem fez no seu post.

t admiro mto e me identifico com mtas coisas q vc pensa.

espero q minha opções e gostos divergentes (n somos gemeos, certo?) n representem um afastamento entre a gente. to maturando a ideia na cabeça e em breve postarei sobre o assunto.

bjo!!!