quarta-feira, 17 de junho de 2009

itália (fim)

Preferiu uma barra de chocolate com avelãs, mais confortante pro início de noite fria.

Chegou. Jogou o casaco no encosto da cadeira e tirou os tênis usando os próprios pés. Pegou um copo d'água gelada e virou quase num gole só.

Quando finalmente se jogou no sofá, apoiou os pés numa almofada e notou que uma das meias tinha uma mancha escura.

Preciso parar um pouco. Talvez de querer ser todos e não ser nenhum. De parar pra pensar em tudo e tentar achar motivos para não pensar em nada. Parar de me preocupar com o que já passou e dar valor ao que vivi. E não foi pouco. Mas quando tento me lembrar, acho tudo tão distante, que quase não vejo sentido para a maioria das coisas.

Como é chato lembrar só dos primeiros. Primeiro dia na escola, primeiro beijo, primeira transa, primeiro porre, primeiro fora, primeiro salário, primeiro amor.

Aí chega uma hora, que a gente já fez tanta coisa, que começa a repetir. Primeiro dia na escola nova, primeiro beijo ralado, primeira transa com mulher, primeiro porre com amnésia, primeiro fora-fossa, primeiro salário de férias.

Pois é. O amor continua sempre sendo o primeiro, toda vez que a gente esbarra com ele.

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