quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

por onde anda minha Tereza?

Tereza não acredita nas coisas que ele diz. Ainda não tem certeza se faz isso por não querer aceitar que ele é mesmo diferente dela, por achar que ele é ainda muito novo ou porque talvez ainda não tenha podido ser ele mesmo. Amarras das quais se livrou há tanto tempo que já não se lembra mais de como era ter que se preocupar com o que os outros pensam.

Ela busca no desvio do olhar que ele dá quando se encabula uma nesga de verdade. Acha. E vê que ele se desconcerta, que ela o faz cair desse pedestal que ele construiu para ser notado, mesmo que somente pelos espelhos que projeta de todos os lados.

Tudo que ela pensa é em como ele seria mais alto e mais bonito daqui de baixo. Mais verdadeiro e menos vulgar. Menos forçado, menos banal.

Tereza gosta do jeito que ele morde o lábio de baixo quando pensa em beijá-la. Ela sempre pisca de leve o olho esquerdo só pra ele se certificar de que ela o entendeu. Ela gosta da virilidade do corpo jovem, do jeito sem jeito que ele reage quando eles se esbarram, jamais sem querer. É isso.

Tereza adora o jeito como eles fingem coincidências.

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