sexta-feira, 20 de maio de 2011

há sempre um lado que pesa e um outro lado que flutua.

Me sinto como se estivesse recomeçando. Quase um deja vú. O que leva a crer que dessa vez é diferente é porque simplesmente não é, mas por si só uma repetição aprimorada dos caminhos já percorridos antes. O que seria desse amor se não fosse essa viagem comum em épocas diferentes? O que seria desse porém se não nos desse a certeza de que se trata de um momento perfeito em sua imperfeição, imaturo e imprevisível em sua constância e vazio e pleno e repleto de aventuras que se dividem à distância. Não, eu não pretendo me lembrar de você como um sonho interrompido, um brilho de farol que oscila entre um sim e um não. Eu não sou assim, eu não me encontro no desencontro do acaso e simplesmente esqueço o que ele trouxe para mim. Eu sou o encontro do seu eu perdido na estrada terrena, aquele dia que se iluminou com um sorriso de esguelha e que você preferiu congelar no tempo e arquivou no fundo do baú na casa do seu pai, aquele que você visita uma vez por ano para dar feliz Natal. As verdades que eu prefiro guardar para mim, as que você já ouviu durante o sono, essas eu ornamento com os meus enfeites, os que eu venho comprando há meses para a casa que eu planejava só. Enquanto tudo se passa aqui dentro, eu vejo você, do lado de fora do mundo que escolheu, semeando flores em jardins inférteis, buscando um perfume que você já sabe onde encontrar. Não, eu não me proponho a te dar o mundo, estamos nele, você me pede pra te deixar aí, estando assim, querendo estar onde eu estou, e eu te digo que quero que você seja esse lugar.

3 comentários:

Paula Clapp disse...

tentei copiar um pedaço pra dizer que adorei. mas gostei de tudo.
caiu como uma luva. vou sonhar boas coisas hoje.
se eu nao dormir antes de assinar o comentmn snajdsmsdc msx

Unknown disse...

muito bonito.

Clara P. Costa Fonseca disse...

Ótimo...gostei mesmo.
Fiquei até meio emocionada.
bjos