quarta-feira, 20 de maio de 2009

bom dia, Tereza

Tereza acordou finalmente. Abriu os olhos com pressa esquecendo-se de onde estava. Cheiro de mofo, álcool, fumaça e foda. Putaquepariu, Tereza! Quem é esse cara?

Começou a catar as roupas pelo carpete imundo. Caralho, cadê minha calcinha? Olhou para os lados e se perguntou como conseguiu trepar num lugar azul daquele jeito. Tudo era azul: o papel de parede rasgado, os lençóis, as flores, até o banheiro era todo azul. Porra, Tereza, isso é hora de cismar com a cor do quarto?

Estava ficando enjoada com aquele cheiro e não achava a calcinha. Foda-se, vou sem. Olhou-se no espelho e congelou. Ficou chocada com seu estado. O olho continuava preto do lápis derretido, mas agora descia pelas olheiras. Tinha umas marcas de dedos no pescoço e do lado esquerdo do rosto, de um jeito que parecia um mapa de sangue pisado. Mas que merda hein, Tereza? Haja pó pra cobrir essa porra! Tentou abaixar o cabelo, mas não deu muito jeito.

Cacete, onde foi parar minha calcinha?! Ai.

Tereza ficou na dúvida se acordava o otário ou não. Otário dormia bêbado babando no travesseiro com a bunda pro alto. Que bunda gostosa hein, Otário? Ela ficou na dúvida também se ajudava com uma grana pra pagar o quarto e tal, mas olhou em volta e pensou que, pelo azul, não ia sair tão caro assim.

Ele paga sozinho.

Nenhum comentário: