segunda-feira, 4 de outubro de 2010

vai sem duvidar, mas, se ainda faz sentido, vem.

Demorei tanto tempo para subir a escada que nem me dei conta de quão alto havia chegado.  Subi o primeiro degrau e logo fiquei um pouco preocupada por me parecer um trajeto íngreme demais. E para o segundo e o terceiro levaram tantos dias que pensei em desistir de me aventurar. O que me angustiava mais era o fato de que à medida que eu subia, notava como os degraus se tornavam cada vez mais estreitos, de modo a quase não caberem os dois pés lado a lado. Mas eu fui. Subindo, subindo, subindo. Corria nos mais curtos, para não arriscar ficar muito tempo parada e vacilar as pernas. De vez em quando, me sentia mais segura e dava uma pausa para retomar o fôlego. E quando de vez em nunca eu conseguia parar para pensar no que estava fazendo, notava que já havia ido longe demais para voltar. Como se o chão me parecesse distante e o topo fosse novamente a minha solução. Então, de repente, você apareceu. E achei que tivesse finalmente atingido meu objetivo e a partir de então tudo fosse deixar de parecer tão obscuro. Você estendeu a mão pra mim, eu te alcancei, joguei o corpo para trás e me entreguei. Agora tinha alguém para me segurar se eu tropeçasse, para me orientar se eu me perdesse e para me incentivar se eu pensasse em sentar ali mesmo e desistir. Quando me dei conta, nossas mãos não se tocavam mais, você já parecia um ponto perdido em algum lugar em que nunca cheguei, enquanto eu sentia o vento gelado da queda sem proteção e ansiava por novamente retornar ao ponto de onde nunca deveria ter saído.

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