terça-feira, 7 de dezembro de 2010

tito.

Nasceu um menino franzino, daqueles que chega a dar um certo dó quando a gente abraça um pouco mais forte. Desde novinho, era chamado de Tito, muito em razão da irmã, Graça, que por nada nesse mundo conseguia dizer seu nome. Às vezes, até ele mesmo se esquecia de que era apenas um apelido. Chegou o dia em que foi Bentinho, Tomas, Aureliano, Mersalt, José, e até Cora, Fermina e Raimunda: tentava encontrar a vida que lhe foi negada e seu pai não entendia o motivo de tanto tempo perdido com os olhos afundados em palavras destituídas de verdade, imerso numa realidade inventada por indivíduos escondidos em ilusões vividas em uns pedaços de papel rodeados de cinzeiros entupidos de guimbas manchadas de uísque.

Um comentário:

Antonio de Castro disse...

a gente às vezes esquece quem a gente é. basta uma personalidade melhor que a nossa.

tá aí a graça dos romances.