sexta-feira, 8 de abril de 2011

a cabra.

Ele se incomodava com a masculinidade dela. Com essa facilidade com que lidava com as relações, principalmente as que estavam muito além do amor rígido e simétrico em que 1 e 1 são apenas e infelizes 2. Não, ela se movia pelo agora, o instante inequívoco e irrevogável que a maioria prefere rejeitar. Ela é o hoje, o 1, o 2, o 3, até o 60, e, retornando ao primeiro segundo, já era outra pronta para se renovar de outros em busca de si. E, renovada, era capaz de ser mais do que ele jamais poderia suspeitar ou compreender: ele, atado de costas para a luz, não era capaz de ser, mas, tão somente, de se alimentar dos restos que podia alcançar.

2 comentários:

D. disse...

volta já já!

Antonio de Castro disse...

não culpo ele.

tão difícil ser ela. entender.

não é pra qualquer um.